Estudantes da EST criam jogo de realidade virtual para promover peça de ópera

Um jogo de realidade virtual criado por quatro estudantes de Engenharia em Desenvolvimento de Jogos Digitais do IPCA vai servir de promoção de uma ópera cómica que estreia no Teatro do Campo Alegre, no Porto, a 16 de setembro. Em forma de antecipação, o jogo pode ser experienciado na Fnac de Santa Catarina, nos dias 8 e 9 de setembro.

Paulo Nunes, Pedro Marques, Vítor Marçal e Tiago Romano criaram há cerca de um ano a Wavefunction VR, uma startup especializada em produzir ambientes de realidade virtual. Foi nesse âmbito que surgiu o convite para desenvolverem um jogo que é, simultaneamente, uma ação de divulgação e uma paródia à peça que será levada à cena pelo Quarteto Contratempus.

A Escola Superior de Tecnologia do IPCA juntou-se ao projeto, tornando-se parceira do mesmo através da cedência da tecnologia necessária. E é assim que nos dias 8 e 9 de setembro, na Fnac de Santa Catarina, no Porto, o jogo criado em realidade virtual poderá ser experimentado pelo público em geral, servindo como “uma espécie de prólogo do espetáculo”, conforme descrição do Quarteto Contratempus.

Paulo Nunes, Pedro Marques e Vítor Marçal terminaram em 2016/2017, no IPCA, a licenciatura em Engenharia em Desenvolvimento de Jogos Digitais. Tiago Romano encontra-se, neste momento, a frequentar o 2º ano do mesmo curso.

A Wavefunction VR, empresa dos quatro estudantes do IPCA, foi criada com o apoio da StartUP Voucher, uma das medidas da StartUP Portugal – Estratégia Nacional para o Empreendedorismo, que dinamiza o desenvolvimento de projetos empresariais que se encontrem em fase de ideia, promovidos por jovens com idade entre os 18 e os 35 anos.

“As Sete Mulheres de Jeremias Epicentro” é a mais recente criação do Quarteto Contratempus, em co-produção com o Teatro Municipal do Porto. Trata-se de uma ópera buffa que conta com os autores, António Durães (encenação)Jorge Prendas (composição) e Mário João Alves (libreto).  A estreia está marcada para 16 de setembro, às 19h00, no Teatro do Campo Alegre. No dia seguinte, pelas 17h00, será feita uma nova apresentação.

Trata-se de uma criação que envolve todos os instrumentistas em cena, como atores. Inclui, também, tecnologias multimédia interativas, nomeadamente as tecnologias wearable em função das artes performativas com cenografias virtuais e aumentadas.

Esta é, aliás, uma ópera inovadora pelo facto de, na base da sua criação, ter estado a investigação e a conceção de um instrumento interativo vestível (uma luva) que, em cena, tem a capacidade de manipular em tempo real som, imagem e luz. A ideia, segundo os autores, é perceber que a ciência e a tecnologia, nomeadamente esta que será apresentada em cena, está a ser também utilizada na investigação de novos métodos de fisioterapia para a recuperação de pacientes de acidentes vasculares cerebrais (AVC) e que, ao serviço das artes, pode ganhar uma nova perspetiva e dimensão.

O Quarteto Contratempus é um grupo de ópera de câmara, fundado em 2008, com génese na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) do Instituto Politécnico do Porto. O trabalho do Quarteto é singular e distintivo no panorama cultural português por se tratar dos poucos coletivos artísticos a produzir ópera,  criação 100 por cento portuguesa (texto, composição musical e encenação).